Uma beleza atroz de cortar os pulsos. Homem no mundo suportava sustentar uma vida ao seu
lado. Deveria ficar confinada dentro daquelas quatro paredes. Apodrecendo.
Vivia no
interior de muralhas cuja queda prescindiria por pouco seu tão esperado
envelhecimento. Feia e velha poderia voltar ao mundo. Não incomodaria mais ninguém. Ela pagou o preço
por ter um interior correspondente a sua pele. Era boa e interminavelmente
bela. Nada recatada para sua desgraça. Talvez não fosse tão espontaneamente justa. Não sempre. Mas afinal, era apenas uma mulher num
mundo onde até os deuses são desumanos. Helena vincava a dor de ser tão ou mais
solitária em apenas um reflexo do seu triste espelho perdido na cabeceira. As
belezas deveriam ser mudas. Essas tinham o direito de viver a vida das homenageadas
do lar. A terra dos mancos de face. Uma feiura podre reinava numa misericórdia
fingida da sociedade da compaixão mesquinha. Egoísta. Falsa. Desesperados para
gozarem com o próprio falo, condenavam qualquer lábio que se desse o direito de
possuir os homens pela cabeça e ao mesmo tempo pelo coração. Essas seriam as
bruxas nas fogueiras santas...digitais impressas na armadilha manjada da rede
de um simbólico marido horroroso e aleijado. Helena ardia em labaredas de
mortos enfileirados no seu jardim. Todos sorrindo do outro lado da margem com
binóculos fálicos e espúrios. As lentes dos famigerados insatisfeitos. Esqueletos
vivos, com as peles descascadas. O povo das deformações. Como era horrível ser
bela num mundo de horrores. Como era violento enraivecer os vermes por
características imutáveis, que nada na vida conseguiria negar. Se ao menos
fosse uma porta, poderia abrir-se para fora da muralha. Mas a translúcida luz
perpassava todos olhos na pele de sua escancarada janela como um raio no céu
meteórico do reino absoluto do sol. Solo para morrer em retaguarda na
trincheira vazia. Sem guerra...sem paz! Helena na lenda do dia sem fim. Solo despovoado e raízes fecundas. Fenomenais.
Feéricas.... Era esse seu solilóquio estelar. As estrelas condenadas a nascerem
e morrerem só. Na distância de uma poeira alheia, intergaláctica, espacial, Helena
brilhava fria dentro das muralhas de sua prisão. Morta por antecipação da vida
radiosa. Ela rasgava os versos do sorriso delineado na dor vermelha do batom.
Era sua própria escultura e aprendia a satisfazer-se com o desprezo que tanto
lhe ensinaram. Desprezava a possibilidade de saída. O labirinto se fechava em
torno de seus músculos bem formados. Seios lácteos na via do universo perfeito.
Ela deveria morrer envenenada de si mesma. Esse foi o veredicto dos deformados
sorridentes. Assassinos socráticos do mais belo dos filósofos. Impecáveis. Se ao
menos soubesse, teria uma vez no passado se fingido de muda. Uma cadela
morta... bem adestrada, essas que batem palma no comício do circo Vostok! Mas
agora era tarde demais. A inconfundível voz da sua beleza já havia singrado os
quatro cantos do mundo. Beleza mortal. Depressa deveria morrer. Podre e
sozinha. Era um sádico jogo de percepções mútuas e tácitas. Onde o fora fingia
não olhar para dentro e vice versa. Os
tijolos de vidro de sua muralha mágica. E o dentro sorria. E o fora sorria de
volta. Cada um no limite árduo de seu próprio flagelo. Os frutos apodreceriam
antes das flores. As flores nasceriam mortas. O mundo não os conheceria.. seus belos filhos...! Helena
somente enlouquecia na sobriedade de uma resistência insípida. Lentamente, como
eles haviam planejado, sem sequer notar! Nenhuma guerra seria travada por sua
alma. Nenhum herói iria morrer por ela. Sequer um único cavaleiro fantasma... os
simulacros de iscas eram apenas provocações para apressar ainda mais sua partida onde tão
esperado alívio seria brindado com um suspiro comum. Até que no meio dia crepuscular,
o esperado aconteceu. Ela achou que ele tinha aparecido. Narciso hercúleo e o resgate
fatal. Por engano, fazia amor com o espelho da cabeceira. Que cavalo!!! Mal criado...Mudo.
Gritava.... com a explosão de sua contida ferocidade orgástica ele partiu no
meio. O sangue de seu pulso aberto pelo vidro escorria serenamente pelos
degraus inalcançáveis da muralha estendida sobre o tapete mórbido no zoológico na escada....e da poça vermelha de sangue diz a lenda que brotou um cavalo mágico com asas...
Para celebrar o último mês de tratamento hepático, me proponho a escrever um conto por dia, por 28 dias, contando a partir de hoje, com o tema "MULHERES DESENCANTADAS", que reunirá heroínas do nosso imaginário literário universal na pele de nossas mulheres contemporâneas, comuns, e extra..ordinárias!! Uma singela homenagem para essas mulheres essenciais nessa exaustiva luta que travamos diariamente para não devorarmos o próprio fígado!
domingo, 31 de julho de 2016
sábado, 30 de julho de 2016
AASE
Um eucalipto rasgava os tormentos do barraco
de papelão. Papeis mortos na sarjeta de uma deploração ocidentável. Acidentes
conglomerados nos paralelepípedos um dia antes da fome ser satisfeita nos paralelos
de um meridiano sem mundo. Ela havia dedicado a vida para o menino. O morro e
Pedro. Seu filho agora tinha se perdido em suas vielas... à Aase não restava
nada mais além dos recortes de uma solidão impressa no lixo voador. Circo de um
país dançante. Arena de bastidores ignorantes e larápios comedores de sucata
humana. Eles venceriam as próximas eleições… os pesadelos disformes do medo
daquela mulher. Uma mãe deplorável. Ainda teve que escutar algo como “a culpa
foi sua… quem mandou me colocar no mundo”… filhos mendicantes ou chefes do
tráfico?... de pessoas, de almas descartáveis, de vícios mesquinhos, de
prazeres moribundos, os olhos mortos repetindo-se ad eterno na página do jornal…
uma fogueira de papel para esquentar as suas duras mãos. Era o frio rasgando as
paredes de jornal do amotinado de recicláveis abrigos favelados. Eles comiam
lixo para poderem voar. Os urubus da sarjeta… eles tinham um coração de homem, e
uma dor sensível de abandonada criança. Asas negras da escuridão da noite
vazia. O eucalipto surgia do meio da sala. Se é que aquela latrina pudesse usufruir
de alguma classificação imobiliária. Seus olhos esparramados com o fogo
chamuscado dessa noite de frio. Aase chorava seu filho desregrado. Ele havia se
perdido no morro. Condenado ao exílio,
resolveu armar-se para destruir suas presas do passado. Selvas depredadas no meio da pedra no caminho. Tinha uma pedra no meio do cachimbo... no meio do cachimbo tinha uma...Selva! Todos esses silêncios não
passavam mais. Não falavam mais. Não choravam mais. Um arame farpado enroscado
na dor do muro. Um pneu de bicicleta agarrado no carrinho de milho. Um tênis
podre desmanchando-se na fiação elétrica. Eram pedaços humanos apodrecendo no
mundo. Ninguém estaria lá. Nem mesmo seu filho. Nem mesmo Deus. Os ratos
sorriam nas cartas marcadas do baralho. Os ases do morro só. Pele de um
sofrimento atroz. Por que nasceram assim? Esses detritos da humanidade. Ela olhava
para o reboco de uma lágrima e escorregava as mãos pela flanela de seu
vestidinho. Tremia sem sequer perceber. Os trapalhões sorrindo na parede. Uma estação perene de inverno sem luz. A
garrafa de coca cola esmagando a aridez do asfalto. Ela sobrevivia no deserto
da cidade. Morta. Parada. Encostada no eucalipto de seu barraco. Como era linda
a potência viva da árvore. Por um instante tudo parecia viver sem dor. Quando
aquelas folhas atingiam o céu. Arranhavam o azul do lar eterno. Por um instante
tudo parecia natural. As costelas de um cachorro na pele dos homens. Magros e
infelizes. Ele não iria voltar mais. Morreu com um chumbo na cicatriz pulsante
do coração. A mãe dormia no frio, e na esperança de um dia, logo, conseguir ser
tudo menos invisível... aprender como nesse mundo de cão, ela poderia falar com
os mortos.
sexta-feira, 29 de julho de 2016
VIOLETA
De
uma ária talhada pelos golpes de um cinzel obcecado, nasceu os lábios
intermináveis de um vermelho pungente na beleza de um rosto machucado pelos
excessos incontornáveis da vida. Violeta estava plantada numa cama, enquanto os
pensamentos escorriam pelo paladar da sua memória. Ainda sentia o gosto de como
tinha sido existir no amargo áspero de uma morte consequente, quase
compensatória e bastarda! Morreria mais jovem do que parecia. As estradas dos
vincos deixavam um sorriso amargo de doce inegável experiência. Na jardineira
de sua cama hospitalar floria as últimas pétalas de seus turbulentos dias. Era
uma mulher incomensurável. Sua coragem transbordava pelos cubículos atrofiados
nas moléculas de ar. Coragem de viver as últimas consequências de seu idolatrado
desejo. O ar da paixão nos tijolos soltos da carne. Compensado, comprimido,
carregado pelos dias inacabados de orgias sem fim. Uma cortesã do fim dos
tempos. Amava por prazer, deliberadamente, e exercia uma sedução atroz em si
mesma diante dos intermináveis estímulos de uma voracidade infindável. Era uma
estrela pendurada nos brilhantes noturnos do céu. Uma ninfomaníaca declarada.
Não haveria uma noite que sua carne molhada não regurgitava os líquidos mais
poéticos de uma anônima humanidade perdida na seda de seus vultuosos lençóis.
500 fios de navalhas... a barba áspera raspando os contornos de seus lábios.
Grandes, inflamados, rubros de um rubor
inconfessável porém explicito, inegável... insaciável toque de sublime
perfeição! Seus cabelos escorriam pelos quadros das memórias vivas nas paredes
de dentro daqueles homens incontáveis. Uma colecionadora violenta. Dicotomia de
sua lasciva destreza fatal e essa perturbadora
meiguice transbordando pelos poros. Decidiu acender um cigarro enquanto
tragava seus nostálgicos pensamentos perfumados. Libidinosos versos escorrendo
pelo molhado tecido do papel da parede dentro de um quarto. Um sopro de eternidade fugaz a cada
ressureição do cosmos quando explodia. Sua respiração era uma catarse eólica na
tempestade líquida dos efeitos absolutos da carne. Uma gota de orvalho surgia
de seus pulmões, transpirava no vidro do banho... a lua chorava uma serenata
entre a languidez de suas irretocáveis pernas e o grave no compasso ancestral em
percussão na maestria de seus seios. Um suor viscoso gotejava dos pulsos seminais.
Arrancados pelo salto alto em cima da fagulha de um isqueiro na chama escarlate
do batom. Tinha uma orquídea violeta impressa em seus olhos de favos e fel. A
fumaça do cigarro no réquiem do hospital. Ela jamais pensou que poderia ser tão
irônico esse mecanismo bárbaro conhecido como viver. O pêndulo das
transformações obsoletas, imutáveis. No meio das festas de seu pequeno covil
com cheiro de ninho ela havia conhecido um homem. “Jamais serei mãe”, atestava ela, “não nasci para sentir o peso de um ventre vivo dentro de mim...”...
e tragava as fumaças rarefeitas do erotismo subliminar escancarado em seus
contornos reforçados pela própria aura vermelha de potestade incontrolavelmente
livre. Escrava de uma gota só. Tácita escravidão da liberdade. E regozijava-se com os toques
superficiais dos muitos rostos sem faces encarados no reflexo imperscrutável da
escuridão. As notas eram enrolada para serem perdidas ao sopro da inalação.
Bocas anestesiadas juntas debaixo do mesmo teto. As goteiras do infinito dentro
de todos nós, elas vazavam para fora dos olhos dessa mulher. Hipnóticos,
narcóticos, eróticos... espremida contra a própria parede de sua pele, não
cabia mais dentro de si mesma quando estava impotente diante daquele forasteiro
cavalar. Seu amor por esse homem era o caule ponte da corola de sua perdição.
Era evidente. O gosto do homem absoluto vazando por sua boca. Costurando as
entranhas de suas mais decentes perversões. O cheiro de um faro com sabor de
deliciosa incontrolável submissão. Ele havia domado as vísceras rebeldes de uma mulher indomável. Ela sempre o tratou feito um cachorro. Um cão sem diabo. Um
canil sem dono. Uivava lágrimas de desesperado cio a flor da pele. Violeta,
roxa de tanto apanhar. Não existia nenhum outro como ele. Sequer teve opção de
escolher. Ela era sua. Queria ser pisada pelo peso incontestável do gigante
dentro daquele homem fincado no útero da terra. Suas raízes brotavam pelas
pétalas desfolhadas de seu desejo. E com isso, crescia por ele um ódio nutrido
de incontestável amor. Jamais poderia se subjugar dessa forma. Aquela criança
nunca iria nascer. Violeta carregava um filho do forasteiro misterioso. E junto
o medo de ser algo maior do que o objeto confortável e previsível de si mesma.
O aborto nas membranas do sonho. O estrangeiro ao saber de sua implacável decisão resolveu desaparecer para
todo o resto do amanhã. Decisão terminativa e incontornável. Violeta desapareceria
como um trago de seu último cigarro esbanjado a esmo no solitário leito de sua morte acidental. Complicações inimputáveis de um estúpido erro médico. O último
trago, os seus beijos violados, seu caixão boiando numa piscina cheia de
mortos. O mais engraçado, é que depois de tudo, eles conseguiram salvar a criança.
quinta-feira, 28 de julho de 2016
MORGANA
Era
uma fada de avental no uniforme costurado de um simples balcão. A magia tinha
se consumido, porém sua ancestralidade cigana ainda brilhava na lente opaca de
um óculos de lentes bifocais. Ela trabalhava numa loja de óculos, e vendia
lentes no colorido da armação. Armaria num só golpe de um destino frustrado um
novo começo de um fim repartido sempre nas 40 horas semanais. Estava tudo
igual no cemitério ocular dos vivos míopes de fantasia. Morgana costumava ler
as cartas de um tarô herdado da fada mãe, como as runas e a borra de café. Mas
nos arredores dos dias últimos não lia sequer seu feitiço escorrendo pelo cilho
deprimido. Lágrimas descartadas do baralho dos jogos de azar. Um lábio meigo
porém vincado pela seca do verão passado enfeitava seu rosto como um pingente
marinho adormecido no fundo do mar. Sempre um dia atrás da ultima estação, seus
olhos não lembravam mais como poderia fazer para transformar a loja numa tenda
de sonhos vivos. Tinha perdido sua mágica no meio do caminho, e por mais que tentasse
reviver seu poder de visão a cada cliente perdido nos olhos vítreos do
ocultismo comercial, tudo não passava de um amarelo sorriso mal feito atrás do
silêncio falante do carnívoro balcão. As vezes chorava para dentro, quando
estava quase para finalizar uma venda, temendo que uma lágrima inconveniente e
indomável pudesse arruinar as tantas muitas migalhas do passivo de sua suada
comissão. Era algo que não podia controlar, e como um vento passando pela tarde
morna, simplesmente surgia sem aviso, essa lágrima broto nascente do canto
deserto dos olhos ainda vivos. Um lago profundo por trás das lentes rasas. O
olhar por trás da suspensão cristalina sobre hastes assassinas. A haste como apoio da distorção em olhos enxergando apenas o visível suportavam o cabresto de pálpebras
escondendo um abismo por demais insondável. Era o seu próprio mistério no
assassinato de sua imprevisibilidade. O mistério de não haver mais mistério...
como ainda poderia expressar sua comiseração por uma maga presa no corpo solene
de uma aprazível vendedora de óculos? Não enxergava seu próprio fim ,
enaltecendo sempre as horas do fim do expediente. Nem sequer mais o licor das
pingas intempestivas tragava sem dó. A dó quando o não de sim mesma. O cigarro
também não fazia mais parte de sua solene deterioração. Uma cigana deformada
pela continuidade do tempo castrador. Vivia a deformação dos dedos enrugados no
desgaste de um tédio senil. Era jovem porém envelhecida. Era meiga porém
amargurada. Era livre no mundo, porém prisioneira do fado. Somente havia tempo
para resguardar o próximo dia sem tempo numa rotina interminável. Queria ler as
mãos delicadas de cada cliente de sua tenda nas entranhas de uma loja. Não podia, era contra o protocolo.
Não podia tocar nas mãos de seda daquelas pessoas de tecidos mágicos e
orgânicos. Os rostos coloridos das mil faces por trás de uma medíocre intenção
consumista. Sonhos se evaporavam conjuntamente a cada gole do outro invencível
em sua frente, impenetrável, intempestivo, impossível! Anacrônicos desencontros perfeitos. Cada
segundo para além do presente descartado era um corte na retina de seu destino.
Um premonitório sonho falante tinha lhe dito que sua mágica havia sido roubada por uma bruxa, e
somente furando os olhos da falsa aparição ela poderia reaver seu livre encanto
pela liberdade da vida. Não podia mais continuar. Teria que voltar a enxergar através
da simplicidade do toque. Não poder tocar aquelas tantas mãos lhe cegava o tato
da alma visionária. Ela lembrava que um dia tinha amado. Lembrava que tinha
lido suas próprias mãos diante de um espelho mágico antes de entrar para a
loja do horror. No dia dos vaticínios próprios ela foi avisada que não deveria entrar
para um labirinto sem saída. Todos os labirintos poderiam ser vencidos desde
que haja uma saída. Naquele não havia. Não havia portas, sequer paredes, muros,
curvas, arcabouços, tetos, janelas, buracos, vielas, contravenções... Nada, não havia nada em torno dessa elipse existencial. Eclipse dos
sanatórios comuns disfarçados de simples cafezinhos no fim apocalíptico da
tarde eterna. Apenas uma loja vazia cheia de óculos caros e bem acabados. Não
podia mais ver o final da história sem enxergar os outros morando sobre cutâneos da pele ardida do seu desejo ressentido. Os milagres do subterrâneo. Foi nesse último dia de verão que Morgana transcendeu o narcótico efeito da
onírica paralisia. Um instante antes de finalizar a venda, ela tremeu. A haste na metamorfose da faca. O sonho e sua
terrível libertária voz. Era uma semente do pesadelo de não viver outra vez. A última
cliente. Não havia como voltar mais atrás. Seria um novo começo numa outra
possível libertadora prisão. Um grito, e uma socialite cegada pela fatal e
intuída explosão. Morgana sem reprimir-se, enfiou cegamente aquela haste YSL
nas profundezas das carnes do olho de uma cliente misteriosa, enfeitada por
joias e plumas de faisão, que nas colunas sociais, era vulgarmente conhecida
como “ a feiticeira”.... um grito de liberdade, óculos novos nos sonhos
mórbidos apodrecidos atrás das grades, e uma algema no pulso livre para quebrar
a rotina, destruir uma determinada visão e terminar um pouco menos sem graça com a desgraça
do fim do expediente...
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